Desde 2009, quando foi contratado, tem sido assim no Corinthians. Atacante de origem, Jorge Henrique virou o multifuncional da equipe com o antigo técnico, Mano Menezes, como atacante, meia e até ala. Trabalhar pelos outros virou uma rotina, que pouco o incomoda.
– O Corinthians é formado por vários operários, mas me coloco, em todos os clubes que passo, como carregador de piano – disse, ao LANCENET!.
Foi justamente em cima do Palmeiras que ele tornou-se ainda mais ídolo da Fiel. Foi dele, de cabeça, o gol que quebrou o tabu de três anos e meio (ou sete jogos) sem vitórias sobre o arquirrival, em partida válida pelo Paulistão do ano passado.
– Em jogos assim, o esforço exigido dos jogadores que se doam um pouco mais, devido às características, é ainda maior. Mas, em contrapartida, são nos jogos mais difíceis que costumo me destacar – garantiu.
– No Rio aconteceu a mesma coisa. O Botafogo não vencia o Flamengo há tempos e quebrei essa sequência marcando um gol. Mas a sorte acompanha quem trabalha. Há uma frase que diz "quanto mais trabalho, mais tenho sorte" – ccompletou o atacante.
Naquele 1 a 0, no Pacaembu, Jorge também sofreu. Dois minutos depois do gol, aos 8 minutos do primeiro tempo, o lateral-esquerdo Roberto Carlos foi expulso e o atacante teve de se desdobrar na marcação do setor, ao lado do meia Danilo.
Meses depois, pelo Brasileirão, novamente ele brilhou contra o "arquirrival". Em belo contra-ataque, puxado por Bruno César, recebeu passe de Iarley na pequena área e completou de letra para a rede.
Com a camisa alvinegra, são apenas 21 gols em 119 partidas. Desses destacam-se outros importantes, como os dois nas finais da Copa do Brasil, contra o Internacional (RS), no Pacaembu e no Beira-Rio.
A doação em campo faz Jorge ser o queridinho dos treinadores. Em qualquer esquema tático ele é sacrificado.
Precaução continua
Neste Paulistão, o atacante ficou fora em alguns jogos por conta de dores musculares nas duas coxas. Para esta fase, comissão técnica e departamento médico seguem com cuidados e ele realiza reforço muscular na academia em treinos específicos.
Confira um Bate-Bola exclusivo com Jorge Henrique
LANCENET!: Quando percebeu que, além de marcar gols, obrigação do atacante, você era importante por fazer outras funções?
Jorge Henrique: Na minha infância pobre eu sabia que tinha de me virar para viver e no futebol não foi diferente. Foi jogando pelo Náutico que comecei a fazer mais de uma função. Já joguei de ala direito, ala esquerdo, volante, meia e atacante. Só falta zagueiro e goleiro (risos).
LNET!: Contra o Palmeiras são dois gols, sendo um de cabeça e outro de letra. Domingo dá para repetir a dose?
JH: Não dá para prometer. Posso garantir empenho e trabalho, mas gol, ainda mas de letra, não posso.
LNET!: Por que é queridinho de todos os técnicos e, principalmente, da torcida do Corinthians?
JH: Não me canso de contar que o Mano Menezes, às vezes, durante as preleções, deixava o botão que correspondia a minha posição de fora do campo (quadro). Quando ele acabava de passar a função tática dos outros jogadores, me dizia: "Jorge, você vai fechar para mim esse pedacinho do campo". E o tal pedacinho era de uma bandeirinha a outra. Os treinadores sabem que podem contar com minha vontade de contribuir e quando isso ocorre com um jogador que ainda chega à frente, essa versatilidade acaba sendo muito útil a qualquer esquema tático.
LNET!: Existe favorito no confronto? O que espera dos pouco mais de 2 mil corintianos no Pacaembu?
JH: Não há favorito. Os dois mil representarão muito bem toda a nação e vamos jogar por quem está torcendo de casa e pelos poucos torcedores que estarão no Pacaembu.
LNET!: Você teve grave lesão na coxa esquerda no ano passado, e teve recuperação surpreendente. Este ano, porém, já ficou afastado por lesões musculares nas duas coxas. Fisicamente, como chega para esta semifinal?
JH: Posso considerar que estou perto da minha forma ideal. Às vezes o corpo paga justamente por ser um jogador de muita entrega, mas pelo Corinthians vale tudo.
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